O filme chama-se "É uma espécie de...Comédia" e estava a dar no AXN White. Não pude ver mais de 15 minutos mas pareceu-me uma abordagem descontraída e pragmática às doenças mentais. E no pedacinho que vi identifiquei três erros básicos do cidadão comum face a esta(s) doença(s) que nos custa(m) tanto compreender:
O Craig, que é o adolescente que serve de personagem principal, anda deprimido e está a pensar matar-se. Dirige-se às urgências e anuncia isso: quer matar-se, precisa de ajuda. É examinado por um médico que lhe pergunta se aconteceu alguma coisa em particular para ele se sentir assim. Erro nº1. Se aconteceu alguma coisa? Seria tão mais fácil se a depressão tivesse uma explicação lógica, mas nem sempre se segue a abusos infantis ou outro evento traumático. Às vezes são só as coisas do dia a dia que pesam (de)mais.
O médico diz-lhe que o vai dispensar. Aquele hospital é para pessoas que estão mesmo doentes. Erro nº2. Pessoas mesmo doentes. Porque o que não se vê, não se sente?
O Craig é. a pedido, admitido na ala psiquiátrica do hospital. A médica desse piso, que sabe que ter uma depressão não é mais embaraçoso que ter diabetes, diz-lhe que ele vai ter de falar à escola e ficar uns dias com eles para avaliação. E ele quer sair, desistir. Porque achava que podia ter uma solução mais rápida. Erro nº3. Desta vez do próprio. Quer uma pílula mágica, uma conversa que mude uma vida, um génio numa garrafa.
Acho que vou continuar a ver o filme assim que puder. Façam o mesmo.
Não era de todo minha intenção apresentar uma pérola de livro com a palavra "podre" no título, mas é mesmo isto que me apetece dizer. Apetece-me que toda a gente conheça este livro. Apetece-me que toda a gente leia este livro. E o pior é que não posso dizer porquê, sob pena de estragar as surpresas que vos vão fazer viver este livro. É como quando vamos escolher um filme para ver numa lista de vários e só sabemos que são muitos bons aqueles que já vimos. Portanto vão ter de confiar em mim, dá para ser? Leiam este Chama-lhe Amor.
a) Ah e tal, não tenho tempo para ler. O livro é curtíssimo e lê-se como quem come uma bola de berlim açucarada na praia. Num instante - e ficamos a salivar por mais.
b) Ah e tal, nem gosto de ler. Lê isto primeiro e volta aqui depois.
c) Ah e tal, não gosto de surpresas.
Então lê pela escrita sublime. Pelas metáforas. Porque eu disse.
d) Ah e tal, eu cato logo os enredos e para mim não vai ser surpresa.
Isso era o que eu achava quando para aí na página 10 adivinhei o que se ia passar na página 37. Achei-me tão espertinha e visionária. E depois caí de boca.
e) Ah e tal, romances não fazem o meu género. E quem te disse que isto era um romance? Ou que era só um romance. Foi o título que achas que o denunciou? Ó melher/home faz-te à vida, compra o livro que ainda por cima está com preço jeitoso e depois vem cá dizer-me de é um romance.
Sei que acabei de ler e fiz tal cara que o Moço me perguntou se eu ia chorar (eu nunca choro. a sério, experimentem pisar-me um mindinho do pé com força). Não era vontade de chorar, era surpresa e realização. Percebi o título. Percebi a Maria. A tal "tão banal que não passa de uma tipa comum que no Sábado foi calçar umas meias."
PS.: Este não é um post patrocinado - nem achei que o fosse escrever antes de começar a ler, embora a autora esteja à vontade (e é mesmo à vontadinha) para me compensar gordamente com notas de 500€ ou waffers com gelado. Uma coisa ou outra.