Sempre disse que a beleza da lua era relativa - faço agora o mesmo para o tamanho. A lua é sempre um planetazinho secundário cheio de pó e buracos, que nem sequer tem luz própria. A não ser que a olhemos com um filtro bom do Olhagram.
Ontem estava sozinha e não vi a lua. Mas olhei para ela no Domingo, ao lado do Moço e pareceu-me gigante.
Contaram-me (e eu fui à procura da notícia) que uma mulher está a processar a Zara porque encontrou um rato morto cosido no forro do casaco que lá comprou.
Realmente as pessoas queixam-se de tudo. Se usam sintéticos é porque a Zara usa produtos de má qualidade. Se fazem casacos com pele também se queixam...Pele é luxo, gente! Haja paciência!
Como acontece muitas vezes quando marco experiências na Odisseias, acho uma excelente ideia quando escolho a experiência (Yey! vou fazer um workshop de fotografia! vou entrar numa Escape Room! etc...), mas arrependo-me profundamente antes de ela começar. Também foi assim com o Workshop de Bolachas e Biscoitos que fiz na My Cake Store (isto aqui). Achei uma ideia brilhante, convidei uma amiga para esse serão diferente e...dei por mim quinze minutos antes a pensar: mas no que é que me fui meter? Não estava tão bem sossegada em casa? Vai sair tudo errado! As bolachas vão ficar pedra e a decoração vai parecer feita por uma criança de 3 anos! Ainda por cima andava com uma queda de cabelo descomunal (maldito Outono) e achei que ia acabar a fazer massa de cabelos.
Depois, a formadora que é a Catarina é super gira e prendada. Olho por mim abaixo: nem gira, nem prendada, porra. Olho para a minha amiga: gira, mas pouco prendada, porra. Felizmente era um grupo pequeno, de cinco ao todo, o que significa que não ia passar vergonha à frente de muita gente. Claro que as outras colegas já tinham feito workshops ali e estavam a repetir por gosto e já sabiam fazer uma série de coisas que a mim me escapam - mas foram bem explicadas.
No momento em que a Catarina diz para não nos preocuparmos por ser a primeira vez porque às vezes aparecem pessoas que nem sabem o que é um ganache eu fiz o meu ar de choque como as outras. Secretamente, não faço ideia o que é um ganache por isso ainda tremi mais.
A primeira coisa boa que identifiquei foi que faríamos o workshop sentadas! Adoro estar sentada. Melhor só mesmo deitada. A partir daí foram só coisas boas. Apesar da minha falta de jeito crónico cortei bolachinhas, cobri-as de glacé real, aprendi a fazer biscoitos e mais uma série de truques e dicas (que apontei nas folhas de receitas que nos deram). Esqueci-me de onde estava e dos problemas lá fora: todo o mundo era eu e a pasta de açúcar. E nem fui a vergonha esperada.
O meu gato até parecia um gato. Os meus biscoitos até pareciam biscoitos. As minhas bolachas não eram as mais feias da classe (ou se eram, não sou eu que vos vou contar). Vejam as fotos da minha arte e julguem. Pfff...Ah, pois é, tudo obra minha, isso que está acabado nas fotos.
Facilmente cheguei a uma conclusão: quer em bolachas e biscoitos, como qualquer outra delícia saída do forno, prefiro sempre comer a fazer. Mais facilmente volto à My Cake Store para encomendar um bolo ou fazer outro workshop (ambas prováveis) do que para comprar material para me aventurar sozinha em casa a fazer e embelezar bolachinhas. Mas adorei aqueles momentos de esvaziar a cabeça e tornar o mundo numa bolacha. Autêntica terapia, digo-vos.
Se querem saber mais sobre o Workshop cliquem aqui. Seja para fazer ou para ofecerem no Natal a alguém, prometo que é boa ideia.
São oito da manhã num veículo da Carris. Ninguém é feliz às oito da manhã num veículo da Carris.
Até chegar aquele casal que sobe mesmo o autocarro de mão dada, como quem passou a primeira noite em concubinagem e agora volta ao trabalho com a mesma roupa de ontem (embora bem engomada).
Até aqui tudo bem. Até que oiço um CHUAC. Bota beijo ruidoso nisso.
Um autocarro cheio de silêncios de remela e aquela gente a fazer espalhafato por causa de um beijo.
Novatos, pensei. Coisas de um amor fresco, que quer ecoar no mundo para ter a certeza de si.
Depois repetiram. Só mais um beijo ruidoso. E eu até achei bem. Os passageiros que não se tivessem apercebido do casal à primeira podiam ter pensado que o barulho era uma peça do autocarro a descolar.