Temos todos pressa. Pressa para chegar ao trabalho, porque adiámos mais 5 minutos o despertador (por muitas vezes e nos atrasámos). É que até tínhamos pressa para ir dormir, mas distraimo-nos, a tentar apressar as lides do dia seguinte. Pressa para chegar ao café onde nos encontramos com outros amigos que chegam atrasados e depois se despedem à pressa (porque têm pressa, pois claro). Pressa para comer de tudo durante o brunch, que aquilo é pequeno-almoço e almoço, mas já não é jantar. Pressa para ter a última i-Coisa mesmo ainda com o preço inflacionado pela estreia. Pressa para ver aquele filme no cinema e afinal já nem apanhámos o início, mesmo tendo jantando à pressa. Pressa para despachar aquela chamada para a seguir fazer outra - e em nenhuma delas nos lembramos de saborear a conversa e perguntar como estava o amigo do outro lado (deixa lá, ele também estava com pressa). Pressa de saber a resposta a cada pergunta e lá vamos nós ao Google em vez de puxarmos pela cabeça ou vivermos a solução, sabermos pela experiência. Pressa para crescer e depois pressa para voltarmos a ser pequenos - e já não dá. E depois apressamo-nos a dizer que a vida passa a correr. Quando somos nós que estamos sempre com pressa.
Baby M. não tenhas pressa. Para isso já cá está o resto do mundo.
Nem só de vocabulário rico se faz o "bom português".
Há uns tempos tive a oportunidade (de uma vida) de ficar hospedada no Hotel Tróia Design. Um daqueles hotéis em que numa noite se gasta aquilo que eu tento que seja o budget para a semana inteira de férias. E eu que até tenho a minha quota de presença em hóteis nacionais, fiquei encantada com a qualidade dos produtos de higiene que nos disponibilizavam.
O meu primeiro comentário foi "isto não tem nada a ver com aquela água para lavar cavalos que nos costumam dar". Até o condicionador era maravilhoso na sua função, para além do aroma (e as meninas de cabelo longo sabem quão importante isto é). E pronto, a estadia acabou, trouxe os restinhos do produto comigo, gastei-os e segui a minha vida como sempre, sem me lembrar mais do assunto.
Hoje, ao ver um comentário num post d'A Maçã de Eva (que é, para mim, uma blogger daquelas em bom, e uma pessoa com a coragem que eu queria para largar tudo e fazer a vida à sua medida), reconheci o nome da marca: Castelbel Porto, aconselhava alguém. E eu dava um bracinho em como foi aquela marca que eu experimentei em Tróia e na altura não fixei. Agora, à frente do computador, corri para o site e encantei-me com o design (a sonhar com os aromas). Não encontrei preços em lado nenhum, nem sei onde se vende aqui pela capital, mas se alguém tiver dicas neste sentido, aprecio.
Tão estranho, como aquelas coisas que me faziam torcer o nariz em crianças (receber sabonetes no Natal??? vai lá para o diabo que te desencantou com os teus sabonetes e as tuas velas de cheiro do demo) agora me fazem suspirar e vão direitinhos para a wishlist. Claro que fui logo buscar uma marca de luxo - chamem-me parva!
Mais uma marca portuguesa, que me orgulha para lá de muito.
Nenhuma outra palavra exprime assim, em simultâneo, cobardia e coragem.
(isto a propósito da morte do Robin Williams, uma daquelas pessoas que para mim nunca iam morrer - não era um ator, era as personagens todas que encarnou)