Maria: Claro, são os teus anos. É tudo ao eu jeito.
Moço: Azul e branco!
Maria: Humm...azul e branco?...tipo bandeira do FCP?...
Moço: Não sei, olha, veste o que quiseres.
Maria: Não, escolhe lá, vá.
Moço: Rosa choque.
Maria: Oh, estás a brincar! Isso não.
Moço: Vermelho, então?
Maria: Ok, vermelho.
Entretanto deparei-me com o vestido cinzento que ele me ofereceu no nosso aniversário e que continua por estrear e foi esse que vesti. Pois, bem, foi ele que o escolheu...
Sobreviveu um espécimen ao grande incidente das velas de Março de 2016, doravante recordado como mais um ato de terrorismo do século XXI (mas a autora fui eu e não um grupo islâmico). Escapou um muffin que fiz com a mesma massa do bolo, que escondi do Moço e usei para lhe dar os parabéns à meia noite, com uma única vela acesa no topo. Infelizmente, apesar de ter encontrado salvação durante o derrame das velas da véspera, sucumbiu nos primeiros minutos do dia 15 aos dentes do aniversariante.
Não sei se já vos tinha dito, mas eu sou uma apressada. Quando tenho uma coisa para fazer e as ferramentas à disposição, quero despachá-la logo e ficar descansada. Por exemplo, se tiver um jantar para uma dúzia de pessoas lá em casa, o Moço bate-me nas mãos para eu não começar logo a pôr a mesa quando acordo.
E ontem dei outra vez um ar da minha graça. Queria fazer um bolo de aniversário que o Moço gostasse e pudesse comer sem estragar as suas 1001 dietas (o bichinho é este, e diz quem gosta de banana que é delicioso, mesmo sem levar açúcar, nem farinha, nem manteigas). Pus mãos à obra de vespera, o bolo é super fácil, ficou pronto num piscar de olhos. Tirei-o do forno. Já tinha preparado o prato e alinhado as velas para ele. Por isso, apressada - ja disse que sou apressada? -, desenformei o bolo a queimar as mãos. Foi fácil porque agora uso sempre formas de silicone. E que lindinho estava o bolo. Fui buscar o côco ralado para lhe pôr em cima e salpiquei-o de branco.
Lembrem-se que o aniversário era só no dia seguinte, mas eu estava a despachar trabalho. E já tinha as velas em cima da mesa...não esperei, coloquei logo as velas no bolo também. Sim, as velas para soprar daí a 24 horas. Não, nem sequer vai ser cá em casa. O bolo ficou imponente, 30 torres azuis erguidas, dei uma palmadinha nas minhas próprias costas e afastei-me da cozinha.
Talvez já tenham adivinhado o desfecho...as velas são de cera que derrete quando aquece (surpresa!) e o bolo estava acabadinho de sair do forno. Por isso quando voltei à cozinha, passados uns minutos, as velas estavam tortas, caídas, com a cera azul amolecida para dentro do bolo. Não tinham base, era velas com cotinhos. Molho de vela em 30 buracos de bolo bem contados.